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Casa de Portinari. Assim é descrita a casa que fica na Rua Cosme Velho, nº 343, no bairro do Cosme Velho, zona s[M1] ul do Rio de Janeiro, pelo INEPAC, Instituto Estadual de Patrimônio Cultural. No seu cadastro consta que o tombamento provisório foi realizado em 2011, mas o que os cariocas esperam de uma propriedade tombada não é bem o que veem hoje. Quem passa pela rua assiste à degradação de um patrimônio cultural, que abriga os antepassados da história da cidade e do país, sem que nenhum órgão público se dê conta e tome providências.

Ali Portinari viveu entre 1943 e 1950. Além da casa, havia um ateliê projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, onde o artista plástico produziu 1.680 obras de arte, entre elas o painel “Tiradentes”, pintado em 1948 para retratar a Inconfidência Mineira, e a série “Retirantes”, de 1944, que retrata a migração nordestina.

A casa está fechada há anos esperando um acordo entre os donos e a prefeitura para o pagamento de dívidas de IPTU. Alvo de diversas matérias sobre imóveis em degradação pelo Rio de Janeiro, a casa de Portinari, em casos como se o local estivesse habitável, uma ação de usucapião extrajudicial seria possível. Bastasse o novo dono quitar as dívidas do imóvel dos últimos cinco anos. Sobre seu tombamento, ele se deu devido a sua importância arquitetônica, histórica e cultural. Os dados do processo estão disponíveis no site do iPatrimônio como E-18/000.763/2011.

Morador do Rio de Janeiro, o endereço no Cosme Velho foi uma das 10 moradas do pintor no Rio. Sua casa era também um local que sedia debates sobre arte, cultura e política, que recebeu personalidades como Manuel Bandeira, Cecília Meireles e Graciliano Ramos.

Em entrevista ao jornal Extra, o arqueólogo Claudio Prado de Mello, diretor do Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do Rio de Janeiro, afirmou que “quem chega até o interior da casa encontra ainda vestígios do próprio Portinari, como pincéis e tintas, jogados no chão”. Ele lamenta que um casarão que testemunhou tantas histórias e riquezas culturais esteja na situação que está, abandonado, com mosquitos e com pouca segurança.

O site UOL publicou uma matéria recente citando um relatório da Comissão Especial de Patrimônio Cultural da Câmara de Vereadores do Rio finalizado no fim de 2012 revelou que existiam na época cerca de 31 imóveis do município tombados pelas três esferas governamentais em risco de desabamento.

No ano passado, o Diário do Rio fez um levantamento e listou 1.700 imóveis de perfis diversos tombados. Quem se interessar pode adquirir, desde que o comprador siga as exigências impostas pelos órgãos responsáveis pela preservação das edificações, sendo as mais comuns a manutenção da fachada e do telhado.

Fonte: Assessoria de Comunicação – CNB/RJ

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