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Segundo um levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). E isso está levando casais à separação.https://www.facebook.com/v2.12/plugins/share_button.php?app_id=1625391210885695&channel=https%3A%2F%2Fstaticxx.facebook.com%2Fx%2Fconnect%2Fxd_arbiter%2F%3Fversion%3D46%23cb%3Df1b0c84838b51e4%26domain%3Dwww.cidadaoconsumidor.com.br%26is_canvas%3Dfalse%26origin%3Dhttps%253A%252F%252Fwww.cidadaoconsumidor.com.br%252Ff26240d0c3468%26relation%3Dparent.parent&container_width=1080&href=http%3A%2F%2Fwww.cidadaoconsumidor.com.br%2Fnoticia%2F51423%2Fat-que-a-d-vida-os-separe-casos-de-infidelidade-financeira-e-alto-endividamento-afetam-casais-saiba-como-evitar&layout=button&locale=pt_BR&mobile_iframe=true&sdk=joey&size=large Compartilhar 24/10/2022 10:23:11
 Reprodução

As dívidas com cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal e prestações de carro e de casa, além de cheque pré-datado, estão pesando no bolso dos brasileiros: o endividamento da população que ganha até dez salários mínimos por mês (R$ 12.120) chegou a quase 80% em setembro, segundo um levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). E isso está levando casais à separação.

A solução para sair do endividamento, segundo especialistas, é negociar com credores e fazer um mapeamento de receitas e despesas para ajustar o orçamento doméstico. Mas, no caso dos casais, um fator que não é apontado nas pesquisas, vem ganhando destaque: a infidelidade financeira.

Enquanto alguns gostam de dividir os mínimos detalhes de suas vidas pessoais, outros valorizam a independência e preferem não compartilhar tudo com o parceiro. O problema acontece quando os segredos entre o casal envolvem as finanças. Neste cenário, o risco de cometer uma infidelidade financeira aumenta substancialmente.

— Ser infiel financeiramente nada mais é do que não ser totalmente honesto com o parceiro em relação às finanças. Por exemplo, ao esconder dívidas, mascarar gastos ou não revelar investimentos são ações que se enquadram nessa categoria. No longo prazo, a infidelidade financeira pode prejudicar não somente as contas do casal, mas contaminar o relacionamento como um todo, explica Gilberto Braga, professor do Ibmec e economista.

— Imagine uma situação em que recém-casados lutam para equilibrar as contas e montar uma casa, mas um dos dois continua gastando além das possibilidades e escondendo as compras que faz do parceiro. Isso é infidelidade financeira — exemplifica.

De acordo com outro especialista, há várias situações e atitudes com potencial de serem consideradas como infidelidade financeira.

— Independentemente de serem mentiras bobas (como uma compra escondida) ou algo mais complexo (como dívidas que colocam em risco os bens do casal), é fato que não ser transparente em relação às finanças pode ter um impacto grande no relacionamento — complementa o advogado Marcelo Amorim: — O primeiro baque é a perda da confiança quando o parceiro descobre a mentira ou a omissão. Além disso, a falta de transparência pode evoluir para um quadro em que as duas pessoas passam a viver vidas separadas, o que pode colocar em risco a construção da vida a dois.

— Esta é uma situação muito comum entre casais que passam pela separação e é muito importante dizer que a escritura de união estável pode auxiliar nesta hora, já que no momento de sua elaboração pode ser definido o regime de bens que irá vigorar durante a relação — orienta José Renato Vilarnovo, presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção RJ.

Foi justamente a infidelidade financeira que levou Janaína Souza Oliveira, de 45 anos, moradora de Vista Alegre, na Zona Norte do Rio, a dar um basta no relacionamento de dez anos com o ex, de 52, que ela pediu para não ser identificado.

— Nós dois trabalhávamos, e ele ganhava mais do que eu. Mas o dinheiro dele nunca dava para pagar as despesas da casa. Num mês a conta de luz sobrava para mim, no outro era o cartão de crédito, e assim fui acumulando contas. Meu dinheiro já não dava para levar nosso filho ao shopping para tomar um picolé — reclama.

A gota d’água para o fim do casamento foi o financiamento de um automóvel que o ex-marido resolveu comprar sem avisar. Ele acabou não pagando a prestação.

— Tínhamos um carro 2013, mas estava conservado. Não nos dava despesas e nos levava para todos os lugares em segurança. Meu ex, então, resolveu por conta própria dar o nosso carro de entrada e fazer um financiamento no meu nome. Quando vi, estava com o carro novo na garagem e meu nome em um monte de papéis para assinar. Tentei desfazer o negócio na concessionária, mas não consegui. Dois meses depois, comecei a receber ligações do banco me cobrando a primeira parcela do carro — conta Janaína, que está com o automóvel: — Cheguei ao meu limite. Foi muita irresponsabilidade!

O caso está na Justiça.

Se um casal se separar, a quem pertencerá a dívida feita durante o relacionanento? Para evitar problemas futuros, a melhor saída desde o início, segundo o advogado e professor universitário Julio Moraes Oliveira, especialista em Direito do Consumidor e Direito Civil, é que cada um arque com uma despesa específica, mesmo que seja para bem do casal, para que, em caso de uma separação, ninguém saia prejudicado. Ele adverte, entretanto, que a dívida é sempre individual.

— Mesmo sendo em benefício do casal, responsável legalmente é quem assumiu o compromisso. Por isso, a dívida é feita em nome de um só. Perante o credor, é esse quem responde. No caso de um divórcio, isso pode ser acertado num acordo entre ambos — afirma o professor.

De acordo com o advogado, esse princípio também se aplica a quem não é casado oficialmente:

— O fato das pessoas viverem juntas não transforma a obrigação em dívida de ambos. Vai responder pela dívida aquele que cedeu o nome. Até o financiamento de um imóvel é feito em nome de uma pessoa só. Esse é um dos maiores problemas nos términos de sociedades conjugais, sejam casamentos ou uniões estáveis. Geralmente, as relações têm durado menos do que os financiamentos — pontua Oliveira.

Isso ocorre, segundo o professor, porque as pessoas têm a falsa impressão de que, quando estão em um relacionamento, todas as coisas são compartilhadas. Mas não é assim que funciona legalmente.

Em caso de divórcio ou dissolução de sociedade conjugal (no caso de pessoas que não são casadas legalmente), é possível pedir o ressarcimento dessas despesas.

— Judicialmente, as dívidas que são assumidas em nome de mais de uma pessoa são chamadas de obrigações solidárias, mas essas são exceções. Os contratos de consumo, de um modo geral, não são solidários. Então, aquele que deu o nome é quem vai responder, mesmo que (a transação) tenha sido em benefício do casal — conclui Oliveira.

1. Esconder compras ou dívidas

A confiança é a base de qualquer tipo de relacionamento e não poderia ser diferente com a parte financeira de um casamento. A situação não é muito boa nessa área: cerca de 58% dos casais admitem ter traído o parceiro financeiramente.

Uma traição financeira pode se manifestar de diversas formas: desde aquisições inocentes (comprar um sapato ou um videogame escondido, por exemplo) até atitudes mais extremas, como emprestar dinheiro para alguém em segredo ou estourar o limite do cartão de crédito.

2. Divisão das despesas da relação

Muita gente discorda sobre a divisão da responsabilidade dos gastos da casa. Existem aqueles que acham que um deve cuidar dos compromissos do dia a dia (como aluguel, alimentação e demais contas), enquanto o outro fica responsável pelo planejamento de longo prazo (investimentos, aposentadoria e planos para o futuro).

Também existem os casais que dividem tudo. As contas, sejam grandes ou pequenas, são partilhadas na metade, sem discriminação. Não existe uma resposta certa nesse caso. Cada casal deve organizar seu orçamento da maneira que funcionar melhor para seu relacionamento.

3. Não manter os gastos sob controle

Poucas situações adicionam tanta tensão a um casamento quanto um dos seus integrantes não conseguir administrar os gastos financeiros. De um lado, o cônjuge que mantém tudo em ordem fica estressado, cansado e irritado. Do outro, aquele que não consegue se controlar fica se sentindo culpado e ainda mais propenso a comprar.

É importante que haja algum método para gerenciar as despesas do lar. Uma boa alternativa é manter certos hábitos, como deixar o cartão de crédito em casa mais vezes, criar uma meta de economia ou elaborar um orçamento bastante detalhado que não possa ser desobedecido. Isso ajuda a evitar que compras por impulso sejam feitas.

4. Não conversar sobre finanças e planos para o futuro

Um casamento é uma relação de longo prazo, e a ideia é que o casal esteja junto por muitos anos, até a velhice. Portanto, é pouco produtivo quando os cônjuges não conseguem sentar e conversar sobre seus planos financeiros de longo prazo.

O pior da falta de comunicação é quando as atitudes do outro influenciam nos planos realizados individualmente. Dessa forma, para evitar problemas financeiros no casamento, o ideal é que os dois se expressem e estabeleçam uma estratégia conjunta.

5. Não separar o “meu” do “nosso”

É muito importante que o casal saiba compartilhar o fluxo monetário da casa. Seja qual for o método de divisão de gastos, é positivo que haja uma partilha de tarefas e contas. Porém, também é essencial haver espaço para que cada um lide com o próprio dinheiro e faça suas compras ou investimentos individuais.

É comum que as pessoas acabem confundindo o que é “meu” com o que é “nosso”. Assim, um fica questionando ou investigando o que o outro faz com o próprio dinheiro, verificando o extrato do cartão de crédito e da conta bancária. Isso leva a conflitos entre o casal.

Fonte: Cláudia Midori, analista jurídica

Fonte: Cidadão Consumidor

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